sábado, 21 de julho de 2018

Ensaio à Maria de Lourdes



           
         Num dia bem diferente,
         Em que tudo para mim sorria,
         Ganhei um lindo presente:
         A Lourdinha que eu queria.

         A flor do campo, a estrela do céu,
         A mais bela donzela,
         A noiva vestida e com véu,
         Não são lindas como ela.

         Por isso é que tanto a adoro,
         Ela é um anjo de verdade,
         Ao lembrá-la quase choro,
         Não suporto esta saudade.

         Hoje, fui visitá-la,
         Era uma princesa encantada,
         Como foi bom encontrá-la,
         Com aquele rostinho de fada.

         Tudo pra mim é tristeza,
         Longe desse olhar vibrante,
         Desculpem a minha franqueza,
         É difícil viver distante!... 

Ivan Hoffmann 
Foto: do acervo do autor    

domingo, 15 de julho de 2018

Moradas de meu pai




Neste Universo sem fim
Há muitos mundos habitados
Por almas iguais a mim
Em corpos diversificados

Nas estrelas, nos confins
Há muitos espíritos elevados
Que conosco são afins
Em pensamentos sintonizados

Aos corações em conflito
Realidade não é mito
De onde a verdade se extrai

Por Jesus Cristo foi dito
E no Evangelho está escrito
Há muitas moradas na casa de meu Pai

W. F. Aquino
Imagem: larchedegloire.com



sábado, 7 de julho de 2018

Amargura




Lá vai meu barco pela tempestade
Singrando as águas de uma noite escura
Transpondo o marco das fatalidades
Levando as dores da minha amargura

Quero chegar ao florescer da aurora
Com o futuro e o presente juntos
Poder correr sem consumir a hora
Ir ao infinito por caminho curto

Voar sem asas pela emoção
Mudar o ritmo do meu coração
Fazer o eco se calar ao vento

Achar o rumo da minha solidão
Matar o mito da separação
Beber em gotas o licor tempo

J. G. Ribeiro
Imagem: Elisnalva



sábado, 23 de junho de 2018

O Amor




Ah! o Amor...
Que insano sentimento é este
Que tira meu sossego
E me lança nos abismos da loucura e da paixão?
Que sentimento é este
Que me premia com as asas e o olhar aguçado das águias
Mas me mantém prisioneira ao chão
Sem coragem de ganhar os céus?
Que sentimento é este
Que me conduz por verdes e ensolaradas campinas
 Cobertas flores, mesmo que a primavera 
Ainda tarde a chegar?
Que me arrasta para as profundezas de oceanos sombrios e profundo
De minh’ alma?
Ah! o Amor...
Te sinto tão próximo  que poderia tocar em ti,
Mas temo que, ao fazê-lo,
Tu possas escorrer por entre meus dedos,
Pois tu, Amor,
És capaz de transformar o mais humilde dos escravos
No mais corajoso e poderoso dos soberanos
Porque tu és
Chama que não se apaga,
Água que não se represa...
Porque tu és  o dom da vida...

Jandira Teresinha Weber
Imagem: altoastral.com.br

domingo, 17 de junho de 2018

A bola da vez..


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Certamente você está rodeado de pessoas que querem vê-lo caído, triste, pra baixo e quem sabe até, sentindo-se culpado. A inveja, o ódio, a preguiça e a maldade andam de mãos dadas com esses seres de pouca vibração. 

Imaginemos uma partida de futebol: temos "n" jogadores e situações em campo. Porém, de uma forma ou de outra, todos querem vencer. Seja quebrando a perna do adversário, seja comprando o árbitro, seja sendo competente em campo. Para ser eficiente em jogo, deve haver treinamento, união, garra, espírito de equipe e amor pela camisa. A bola deve chegar redondinha para quem vai chutar a gol, mas, no decorrer da partida chove, o campo fica molhado e escorregadio, o outro time começa “a sentar o sarrafo” e você começa a desequilibrar-se emocionalmente.

O que fazer? Entrar na onda e colocar tudo a perder? Não!!!

Respire fundo, conecte-se com seu "Eu" superior, deixe a chuva lavar e levar embora essa energia ruim que o (a) envolve, aproveite essa água para irrigar seus sentimentos, formando um rio que vai a caminho do seu coração retirando a poeira da mágoa e da vingança. Deixa germinar a semente do amor, da tolerância e do perdão. A lucidez se fará presente, uma força incomum tomará conta do seu corpo, sua visão de jogo aumentará consideravelmente e você poderá sentir o cheirinho da vitória vindo pelo ar. Bola no pé outra vez, agora é só estufar a rede!

"Jamais" em sua caminhada, deixe que uma "queda" ou um "árbitro" mal intencionado acabe com o "seu" jogo.

Marco Aurélio Sassanovicz Cezar.
Imagem: Direct100


sexta-feira, 8 de junho de 2018

Maria de Lourdes Ferreira





Maria de Lourdes, nome abençoado,
Argumento para pensamentos sublimes,
Razão de um viver eterno,
Inspiração de um poeta improvisado,
Aceita os versos desse enamorado.

Dia 15 de julho de 1967,
Em Pedra, um grande amor surgiu:

Lourdes, menina dos cabelos longos,
Olhos castanhos, lábios cor de rosa,
Uma voz de um coração ouviu:
Raio de luz que a Pedra iluminas,
Ditosa criatura que por Deus apareceu,
Escuta, que a voz do amor te chama,
Segue pertinho desse coração que é teu.

Faz dos teus dias, sonhos lindos,
E de tua vida, primavera em flor;
Ri e canta por esses caminhos, pois,
Rir e cantar é afastar a dor.
Então, a felicidade dirá presente!
Ivan será teu bem querer;
Reza para que daqui pra frente,
Amar e amar, só saibamos fazer.

Ivan Hoffmann
Fotos: acervo do autor

Obs: Pedra refere-se ao Distrito de Serra da Pedra (SC)


domingo, 3 de junho de 2018

Assuntos de meu Pai




Jesus quando adolescente

Visitando o grande Templo

Acompanhado pelos pais

Ficou para trás de repente

No meio de estranha gente

Afligindo a mãe demais



Maria foi lhe encontrar

Junto aos sábios do lugar

“Era um sol em claro dia”

A inquirir os doutores

Se tinham como valores

Amor e sabedoria



Com destacada eloquência

E vivaz inteligência

Orientava alguns judeus

Fazendo admoestações

Ministrando-lhes lições

Sempre em comunhão com Deus



Maria chama atenção

Por sofrer grande aflição

Por todo lugar que vai

O menino então responde:

“Por onde quer que eu ande

Trato assuntos de meu Pai”.




W. F. Aquino
Imagem: Rumo à Santidade

sábado, 26 de maio de 2018

Livre



















Do meio das águas eu avistava
O sol atravessando o azul do céu
E num lugar tranqüilo me encontrava
Sobre pura espuma de branco véu

Acima das águas eu flutuava
Com a minh´ alma bem livre a voar
E sobre as brancas ondas deslizava
Sentindo-me no mais sublime mar

Sem rumo noite e dia eu vivi
Num delicioso éter me senti
Voando só no universo imenso

E alegre pude hoje aqui estar
Com a esperança de poder voltar
E fazer tudo como sempre penso




J. G. Ribeiro
Imagem: Os milagres que aumentam nossa fé

sábado, 19 de maio de 2018

Entre Davis e Golias




Desde os primeiros anos de minha infância, eu já era fascinado pela passagem bíblica que narra o enfrentamento do jovem Davi, contra o gigante Golias. E passado algum tempo, quando corria descalço pelas avenidas do bairro e, por acaso, me deparava com um episódio semelhante, costumava chamar o grandão de prevalecido e ficava torcendo pelo baixinho. Acho que este comportamento faz parte do espírito justiceiro que carregamos desde os mais tenros dias de nossas vidas. Esse sentimento de solidariedade com os “mais fracos” é influência dos valores pessoais que herdamos de nossos pais, da sociedade organizada, do que nos foi transmitido pela literatura e até mesmo pelas tradições milenares.

Aqueles eram os tempos dos famosos contos de fada, sempre culminando com a vitória do bem sobre o mal. Palavras tão fortes, que no caso do simpático Davi, ainda hoje, creio que, se fizéssemos uma pesquisa, ele teria quase cem por cento da simpatia popular, sobrando muito pouco em favor do grandalhão. Pois, afora os ensinamentos contidos nas entrelinhas do famoso texto bíblico e das tentativas dos contos de fada em condicionar nossas atitudes, na realidade costumamos assistir a vitórias para os dois lados. E quando o vencedor é o gigante, quedamos impotentes, na certeza de que nada mais seria possível fazer, além do que foi feito. Ficam apenas as famosas lições de vida que nos dão o equilíbrio para aprendermos a aceitar as derrotas e delas tirarmos algo de bom.

Estive há poucos dias no front, cerrando fileiras pró Davi e lutando desesperado contra um gigante horroroso, cruel e impiedoso: o câncer. E foi uma batalha sem tréguas. Descia a noite, raiava o dia, mas não se deslumbrava o seu fim. Lutei por um Davi de espírito suave, altruísta. Era trabalhador combativo, bom caráter, amigo comprometido. Sabia como ninguém ser generoso e fiel. Seu gigantismo era o intelecto, pouco lhe importava o bem material. Cresci seguindo os seus passos, pois nascemos da mesma Maria, mas na hora decisiva, todos ficaram para trás, filhos, esposa, irmãos. Ele avançou ladeado por seus guardiões, todos qualificados, mergulhado em silêncio, peito estufado, cabeça erguida, para o duelo derradeiro. Na retaguarda, éramos um batalhão; na frente, apenas o inimigo. Um inimigo silencioso, traiçoeiro, um fantasma que lhe invadiu as entranhas, vindo de onde ninguém sabe, mas que dele se apoderou e nele se espalhou, como um veneno mortal. Ao pelotão de defesa não faltou coragem, empenho, aviso de alerta, mas ao final da luta, apenas desespero e aflição. Nosso Davi era muito valente, mas enfrentou uma enfermidade agressiva, traiçoeira, tornando a batalha desigual.

Restou não só a tristeza e a saudade, mas também muito orgulho, que só os mais fortes conseguem despertar em nós. E os fortes, jamais serão vencidos, partem mundo afora e sabe-se lá onde irão recomeçar.

Anildo Martins da Silva
Imagem: JW.org