terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Nova Vida



Soam os sinos,
clamam as vozes,
brilham as luzes.
É a alegria por uma nova vida
que veio predestinada,
que sofreu para os homens não sofrerem,
que é sempre lembrada,
que viveu para ensinar a verdade,
que levantou sua voz em favor dos excluídos,
que transformou em ações a teoria pregada:
a humildade,
o perdão,
a sensatez,
a honra,
a dignidade,
a simplicidade,
a meiguice,
a resignação,
a justiça,
a
e o amor.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem:Google

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domingo, 6 de novembro de 2011

A Cabana, de William P. Young



Teço aqui apenas comentários, sem pretensão de esgotar o assunto, sobre A Cabana, de William P. Young, porque me impressionou sua criatividade. Filho de missionários e formado em religião, o autor movimenta-se muito à vontade na trama, concebendo personagens completamente diferentes do que se aprende em qualquer religião.

A história de Mackenzie Allen Philips é narrada com graça, leveza, fluência, vocabulário e imagens apropriadas, riqueza de metáforas, frases bem-encadeadas e grande sensibilidade. Ela me faz refletir sobre questões absorvidas pelo meu imaginário e acredito que das pessoas, cuja discussão está restrita a teólogos e estudiosos das religiões (pelo menos é o que o penso).

Com 13 anos, depois de ser brutalmente castigado pelo pai (bêbado) durante quase dois dias, com uma cinta e versículos da bíblia, Mack sai de casa e nuca mais volta.

Já adulto e casado, um fim de semana leva seus filhos para um acampamento, e sua filha mais moça, Missy, é sequestrada e assassinada em uma cabana.
Uma tristeza infinita toma conta do coração do protagonista, além do complexo de culpa por não ter cuidado o suficiente de sua menina.
Passados quatro anos, ele recebe um bilhete supostamente escrito por Deus, marcando um encontro com ele na cabana, cenário do bárbaro crime que o abalou tão profundamente.

Mesmo desconfiado, ele vai. Primeiro encontra a cabana como a viu no dia em teve certeza da morte da filha. Quando ia embora, a paisagem transforma-se magicamente num lugar maravilhoso. A cabana restaurada. Intrigado, ele volta. Ao abrir a porta, surpreende-se. Depara-se com uma Trindade moderna e humana, que rompe com os estereótipos religiosos Deus se apresenta como uma mulher negra e gorda, que é a cozinheira da casa, cantante, dando boas risadas (lembrei-me de tia Nastácia, só que ela não era tão “enorme”). Mulher, negra e gorda, tipos marginalizados pela sociedade (e não aquele velho severo, de barbas brancas, ditando leis aos homens), dizendo do amor que sente pela humanidade, pedindo confiança nas horas difíceis e amor incondicional.

O Espírito Santo – Sarayu (Vento, conotaria Sopro?) aparece como uma mulher asiática, jardineira, vestindo jeans e blusa colorida, resplandecente. Não é a pomba branca com a qual nos acostumamos a conviver.

Jesus é um homem do Oriente Médio, carpinteiro, tem pouco mais de 30 anos (o único cuja idade foi mencionada, por ter sido homem), vestido como operário, de jeans e camisa xadrez, de feições agradáveis sem ser bonito, que ilumina com os olhos e o sorriso, destilando amor e bondade. Não é europeu, nem bonito, nem branco, nem tem os olhos azuis.

No livro, é flagrante o conhecimento do autor sobre a bíblia, da qual utiliza passagens conhecidas, como Jesus ter caminhado com Mack sobre as águas. Há debates sobre o perdão (“Perdão não é esquecer”), culpa, medo, instituições (igreja), religião, relacionamentos, expectativas, amor, confiança. Dele jorram emoções que se misturam com as que estão vivas no leitor, despertam as que dormem e instigam as quietas.

Depois de ler A Cabana, ficou-me a sensação de que realmente é muito difícil, senão impossível (pelo menos para mim) nos entregarmos a Deus incondicionalmente, sem julgamentos nem questionamentos como também o é vivermos o pleno exercício do “amar o próximo como eu o amei”.

Este encontro mudou Mack, mas quem não mudaria? Então eu me pergunto: como seria um encontro meu com Deus?

Mardilê Friedirch Fabre

Imagem: Google

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domingo, 23 de outubro de 2011

Devaneios





Dedicação

Eu tinha uma vida monótona, até que, numa noite, nos conhecemos por acaso, mas não foi por acaso que nos apaixonamos.
E não foi apenas pelo desejo que me aproximei de ti, e sim porque percebi
a meiguice e a sinceridade em teu olhar.
Agora, juntos, me sinto reconfortado pela tua ternura e a intensidade de teu amor.








Confissão

Naquele momento, seu olhar era profundo e vazio.
Parecia penetrar dentro da minha mente
E eu sentia uma frustração amarga de perdê-la.
Por algum tempo, ela permaneceu segurando minhas mãos
E nessa crescente amargura, percebi que, aos poucos, sua vida era conduzida para o mistério da morte.
Agora sofro por não ter tido a humildade para pedir-lhe perdão nem a ternura para dizer-lhe “também te amo”.


Helio Rohten

Imagens: Google

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domingo, 9 de outubro de 2011

O Último Hendrix


Havia um gosto de despedida naquele conhaque que descia a seco goela abaixo. Escrevia com dificuldade um amontoado de palavras em uma folha sobre a mesa. Ao seu lado aguardavam um revolver com o tambor aberto e uma única bala. Aos seus pés estava Jimi que recebera esse nome por causa do Hendrix. O cão perseguia com os dentes uma pulga que corria pela sua barriga.
Era o fim, e já não havia mais o que escrever. Encarou o revolver e o projétil. Sugestivos. Sabia que tinha apostado alto demais em um jogo perdido, lhe restava soltar as cartas na mesa. Hesitou. Levantou-se e escolheu um vinil a dedo. Escutaria aquelas músicas com o mesmo apreço que um condenado à morte dá ao seu último cigarro. Olhou para Jimi e disse:
- Esse é nosso último Hendrix.
Olhou seu rosto no do banheiro, fragmentado em mil estilhaços. Sua mão não sangrava, mesmo assim enrolou-a com um trapo. Voltou da despensa com uma espécie de gaiola, olhou para o cão tirando suas medidas a olho e atou a gaiola na sua velha moto. Colocou suas poucas roupas em uma mochila. Jogou fora a folha sobre a mesa e com facilidade começou a dar sentido as palavras. Ele derramou sentimentos sobre a folha. Encarou mais uma vez a arma e o projétil. Ainda sugestivos.
Encontrou Jimi na porta com a coleira na boca espanando o chão com o rabo.
- Esse não é um de nossos passeios matinais amigo – disse ele – Mais uma vez fomos golpeados pelo destino e estamos por terra. Só que dessa vez, vou bater a poeira e vou cuspir na cara do destino. Nem que seja sangue, nem que seja a própria vida. Seguirei pelo caminho daqueles que desistiram de se iludir, vou viver flertando com o acaso. Mas estarei por minha conta, parece perigoso, mas pode ser divertido, e você não é obrigado a ir.
O vira-lata batia seu rabo ansioso como se em algum código canino afirmasse que seria muito divertido. O homem sorriu, pois percebera que nunca estivera sozinho. O cão seguiu- o quando ele deixou bater a porta atras de si.
O vento da porta fechando fez a folha voar para o mofo debaixo do armário deixando o revolver e o projétil solitário sobre a mesa. Nas caixas de som, ainda se ouvia a guitarra estridente do último Hendrix.

Fábio Vinicius Monteiro

Imagem: Google

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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Felicidade



Hoje me levantei triste, mas pensei na alegria que queria.
Pensei na felicidade que sempre sonhei.
Pensei que precisava acreditar em mim mesmo.
Pensei no valor de um grande amor, para sentir a razão da vida.
Então numa noite seus olhos encontraram os meus.
Agora me sinto recompensado por conhecê-la, e agradeço a Deus
Por me dar o direito à vida.


Helio Rohten

Imagem: Google

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Lançamento do livro MEU AMOR, DEUS E O COSMOS

Em clima de festa e descontração, o associado do Centro Literário Ivan Hoffman lançou, na 26ª Feira do Livro Ramiro Frota Barcelos, seu livro MEU AMOR, DEUS E O COSMOS no dia 11 se setembro.
Seguem fotos do evento.












domingo, 11 de setembro de 2011

Sarau Literário durante a Feira do Livro de São Leopoldo

Ao entardecer do dia 9 de setembro de 2011, na 26ª Feira do Livro Ramiro Frota Barcelos de São Leopoldo, os escriotres do Centro Literário de São Leopoldo reuniram-se no Café Literário para um encontro informal, que resultou num sarau.
Algumas fotos do evento:










terça-feira, 6 de setembro de 2011

Lançamento do livro Na Sombra da Noite


Na tarde do dia 4 de setembro, mais precisamente, às 17h, a associada do Centro Literário de São Leopoldo Anacilda Morena Oliveira da Rocha, num emocionante momento, que tocou os corações dos presentes, pois foi abrilhantado pelo coral "Cantar é Viver", do Colégio Gustavo Schreiber, e pela violonista Bábrara,  lançou seu livro Na Sombra da Noite.  A alegria contagiante, podemos constatar pelas fotos que seguem.



A autora

Coral

Anacilda com Henrique Schneider, patrono da Feira do Livro

Anacilda autografa seu livro para Ivan Hoffman

Anacilda autografando seu livro para Marly Leiria

A violonista

Anacilda e Jacy Ribeiro

Anacilda autografa seu livro para Jacy Ribeiro

domingo, 4 de setembro de 2011

Tarde com Escritores

Durante a 26ª Feira do Livro Ramiro Frota Barcelos de São Leopoldo, o Centro Literário de São Leopoldo organizou a atividade Tarde com Escritores. Estiveram presentes escritores de São Leopoldo e de outras cidades do Vale, como Canoas e Novo Hamburgo. Foi uma oportunidade que tiveram os escritores de falarem de seu trabalho. Algumas fotos deste encontro .










terça-feira, 30 de agosto de 2011

Josefina... A Louca.


O sol mal havia apontado a cara lá pras bandas do nascente e já se avista a figura de Josefina, aquela figura diferente, para compreensão da gurizada.
 - Sai pra lá, praga do diabo... Já vinha ela soltando o verbo;
E logo uma pedra voava na direção de um piá daninho, que, pra se divertir e por não ter o que fazer, zoava da pobre figura, dizendo: E aí, “Josefina Loca...”
Mas esbravejando e xingando, ela continuava em frente. E diante do portão de cada casa, batia palmas para pedir alguma coisa para comer. Às vezes, esse pedido vinha precedido de, “abre esse portão, Praga do Diabo, não vê que to cum fome?”
Era costume chegar xingando, pois já vinha acuada pela gurizada da rua, e como as pessoas já a conheciam bem, e entendiam o seu jeito de ser, lhe alcançavam alguma comida, alguma fruta, ou qualquer bugiganga, pois sabiam que era fácil agradá-la.
 - Pega aí, Josefina, mas da próxima vez que chegar gritando e xingando, não te dou nada, entendeu?
 - Adiscurpe, ahahahahah.
E se ia para a próxima casa...
Depois de percorrer toda a vila, voltava com um saco nas costas, cheio de coisas, pois entre comida e bugigangas, além de se manter viva, ela se divertia com o que ganhava, e se ia rumo ao pequeno rancho na beira de uma estrada, fora da vila, onde dormia.
E era sempre assim. Mas algumas vezes passava quieta, resmungando alguma coisa, que só ela sabia o que era; nesse momento não havia provocação que lhe tirasse do sério.
E assim, os píás foram crescendo, e Josefina passando pelas ruas, às vezes gritando, às vezes séria, mas sempre cumprindo a sina de lutar pela sobrevivência.
Quando, em dias de maior lucidez, lhe davam algum pátio para varrer ou capina de horta para executar, isso, sim, ela fazia com presteza. Claro, que nesses momentos, sempre conversando, sabe-se lá com quem, mas fazendo sua tarefa.
Os piás saíram para estudar fora, mas sempre voltavam de férias ou a passeio, para visitar a família, e começaram a notar ou se dar conta que não viam mais a figura da Josefina pelas ruas.
 – Mas que fim deu a Josefina? Por onde anda? Ainda tá viva? perguntavam para a família. Não ouço mais aquela gritaria pela rua...
-Pois é, foi levada pra um asilo, lá na cidade, e de vez em quando é vista por aí, dizem que foge.
 E foi ficando cada vez mais difícil ouvir notícias daquela figura; dizem que foi se acomodando e acabou aceitando a nova casa, que, aliás, era paga por alguns moradores, que cansados de vê-la sofrendo todo dia, pedindo algo para se manter viva, se juntaram para tirá-la da rua.
No entanto, na memória daqueles piás, hoje homens, chefes de família, certamente ficou a imagem dessa figura, como de outras tantas, que vivem por esses fundões do Rio Grande, ou mesmo na cidade grande. Afinal, faz parte do nosso folclore, esse tipo de seres humanos, judiados por alguns, mas que realmente existem e, muitas vezes, viram lendas.
E na inocência dessas pessoas, nota-se, quase sempre, um semblante que parece ser feliz, porque normalmente tem um sorriso espontâneo e sincero.
Por isso cabe a pergunta:
-A Josefina era mesmo louca? Ou, quem era louco nessa história? ...
 Certamente pela idade que já tinha na época, deve ter morrido; mas hoje, na cidadezinha, ela ainda está viva na memória dos mais velhos, que, quando assistem a certas loucuras da juventude, se perguntam: “Será mesmo que a Josefina era Louca?”



Cirineu Pierezan

Imagem: Google

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

1ª Mostra de Arte Sobre Telas Com as Diferentes Faces de Nossa Senhora

O Cento Literário de São Leopoldo, por intermédio da obra – óleo sobre tela  da artista plástica Eclair Moehlecke, representando Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Cidade de São Leopoldo,  apoia  a 1ª  Mostra de Arte Sobre Telas com as Diferentes Faces de Nossa Senhora, organizada pela Comissão Arquidiocesana da Comunicação – PASCOM e a Academia Literária do Vale dos Sinos – ALVALES, que está ocorrendo de 15 a 25 de agosto de 2011,  no Aeroporto Internacional Salgado Filho, Porto Alegre – RS.

A Amostra conta com a coordenação geral da professora Iranelci  Padilha e do Pe. Cézar Leandro Padilha – coordenador da PASCOM.    

Estiveram prestigiando o Evento: Jandira T. Weber, presidente do Centro Literário, Mardilê F. Fabre, Gladys Giménez, Jacy  Gonçalves  Ribeiro e Verena Backes.

Nossa Senhora da Conceição, tela doada pela pintora leopoldense Eclair Moehlecke

Iranelci Padilha e Jandira Weber

Jandira Weber e Jacy Ribeiro  com a tela de Eclair Moehlecke

Mardilê F. Fabre junto à tela doada pela pintora Eclair Moehlecke