quinta-feira, 24 de maio de 2012

Chuva na Vidraça



Olho para a rua.
Vejo tudo calmo. De repente,
Uma nuvem no céu e tudo se transforma.
A vida de mãos dadas com a amplidão
Agiganta-se diante da natureza bela.
O sol se apaga, o céu fica escuro
E vejo, então, chuva na vidraça.

Contemplo a vida.
Vejo a imensidão das coisas.
A natureza é bela, grande é o meu fracasso.
A solidão eterna embriaga o coração
E faz a dor desaparecer.
Fujo de tudo, fujo da própria vida,
Mas vejo sempre cintilante
A chuva na vidraça.

Sentindo que errei por toda a vida,
Encerro-me em meu quarto e penso.
Muitas pessoas passam pela rua,
E eu, desconcertado, olho ao longe...
Não vejo nada, a mente imagina.
Sinto apagados de mim todos os sonhos.
Evoco o passado, recordo feliz.
Choro, rio e tudo passa
E vejo novamente
A chuva na vidraça

O caminho da vida é turvo.
Mulheres choram nos cabarés.
Homens dissolutos buscam alegrias.
O destino de todos, águia negra,
Tolda a felicidade e a .
Crianças clamam por carinho,
E nós, sofredores calados,
Vemos na plácida miséria
Quanto somos inúteis nesta vida...
E vendo tudo isso, sentindo a nostalgia,
Medito e penso calmamente,
Mas vejo tão somente
Chuva na vidraça.

Erony Flores

Imagem: Google

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sábado, 19 de maio de 2012

Quem matou o bode expiatório?




Não há nesta vida quem não tenha sido culpado de algo sem ao menos saber do que estava sendo acusado. Entre irmãos é muito comum um pagar a culpa pelo outro, tornando-se o bode expiatório da família, estigma  este  que às vezes acompanha-o vida afora.

Sacrifícios e sacrificados sempre existiram, pois a humanidade parece que nasceu com ânsias de encontrar o seubode expiatório”, alguém para apontar o dedo e dizer: “É ele. Cortem-lhe a cabeça”. Inda que o “elenão tenha nada a ver com o pato- ou seja- é o próprio bode sendo levado mansamente para ser sacrificado no altar da intolerância, da injustiça dos egos alheios.

Pecado? Sempre existiu. Desde Moisés, aliás, desde Adão e Eva que perderam o Paraíso, após Eva sucumbir à tentação da Serpente. Eis que nasce o nosso primeiro bode expiatório. Depois vieram as “bruxas”, sacrificadas e purificadas nas fogueirasbodes expiatórios, expiando a “culpa” de ser mulher? De querer exercer um direito?

Na Tora, ou Pentateuco, livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus, de acordo com os judeus, mencionam-se dois bodes sendo levados ao lugar de sacrifício, no Templo de Jerusalém. Um dos bodes era então sorteado pelos sacerdotes do Templo para ser queimado em holocausto (do grego: queimado) no altar de sacrifício juntamente com um touro. Assim o segundo tornava-se o bode expiatório, o sacerdote colocava suas mãos sobre a cabeça do animal e confessava os pecados do povo de Israel, ato seguinte o bode era deixado durante a noite na natureza selvagem a sua própria sorte, dessa maneira expiando os pecados de todos.

na Bíblia é mencionado (Levítico) Jesus, que foi para nós, cristãos, o maiorbode expiatório”, ao se deixar sacrificar, lava os pecados da humanidade. Terá valido a pena? A meu ver a humanidade redobrou os pecados, basta lembrar o holocausto em que judeus foram barbaramente mortos durante o período nazista, pois eram, segundo Hitler, além de impuros, culpados pelo colapso político e econômico da Alemanha, somam-se mais de seis milhões de bodes expiatórios.

Outro fato de suma importância para a humanidade nos revela que ele - o livro - se torna o próprio bode expiatório. Segundo fontes seguras sabe-se que “El ingenioso hidalgo Don Quijote de La Mancha - O Cavaleiro da Triste Figura” perde o juízo, aventura-se pelo mundo para viver seu próprio romance de cavaleiro andante, após ter lido muitos livros de cavalaria e estes, como todos os bodes expiatórios, também vai para a fogueira.

Gladys Gimenez

Imagem: Google

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sábado, 12 de maio de 2012

MÃE


















Não existe amor maior.
Não existe dedicação maior.
Não existe carinho maior.
Não existe perseverança maior.
Enfim, existe tudo isto dentro do teu sagrado coração.

Helio Rohten

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

MÃE
















Melódica voz dispersando-se ao vento...
Mel e néctar são súplicas pelo filho.
Mãe, que nunca se poupa de sacrifícios,
Merece o bem e celestial cuidado,
Mestra do amor, cobre o rebento,
Memorável quadro que fascina a lua,
Momento digno do pincel de Van Gogh.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Google

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domingo, 6 de maio de 2012

Partilha



O direito é dela.
O desejo é meu.
A presença é dela.
O pensamento é meu.
O sono é dela.
O sonho é meu.
O dever é para ela .
O prazer é para mim.
Os olhares são dela.
O coração é meu.
O convívio é dela.
A vida é minha.
O corpo é dela.
A  alma é minha.
O dia a dia é dela .      
 A eternidade é minha.  


Maria Inês Daudt

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