Os dias de minha infância , como de toda a criança , foram povoados por seres imaginários , entre os quais , pequeninas, graciosas e coloridas fadas que ficavam dançando ao redor da luz ou brincando de esconde-esconde , entre as flores do jardim . Gostava de imaginar que , se desejasse algo com muita vontade , meu pedido se realizaria, mas nem ligava se eles não se concretizassem, pois a alegria estava em recriá-las em minha imaginação a cada dia .
O tempo passou e com ele as fantasias da minha infância . As pequeninas criaturas azuis de varinha de condão nas mãos , que espalhavam pó de pirilim pim pim sobre meus sonhos , deram lugar a pessoas reais . As fadas de hoje são mulheres simples , comuns , algumas alquebradas pelo peso dos anos , mas que guardam no sorriso e no olhar a alegria e o encantamento de fazer o bem . Já não ostentam varinhas de condão , e sim agulhas de tricô que tecem com magia e delicadeza a malha que irá aquecer os pequeninos do frio . São seres de luz , mensageiras de paz , cuja missão é levar conforto e esperança com seu abraço aos que sofrem. Como as fadas de minha infância , são silenciosas capazes de andar pelos jardins sem macular o perfume das flores . Invisíveis às lentes da vaidade , perceptíveis somente pelo rastro de luz que deixam na vida daqueles que cruzam seus caminhos .
Se você ainda não encontrou uma fada assim , preste atenção nos caminhos por onde andar . Aguce seu olhar e verá entre as árvores , azaleias, roseiras e jasmins , uma senhora de cabelos brancos , sentada em um recanto saído da história da Branca de Neve , a tecer sapatinhos de tricô ...
Jandira Weber
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