quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Fadas existem


Em homenagem à escritora Marly Leiria.

Os dias de minha infância, como de toda a criança, foram povoados por seres imaginários, entre os quais, pequeninas, graciosas e coloridas fadas que ficavam dançando ao redor da luz ou brincando de esconde-esconde, entre as flores do jardim. Gostava de imaginar que, se desejasse algo com muita vontade, meu pedido se realizaria, mas nem ligava se eles não se concretizassem, pois a alegria estava em recriá-las em minha imaginação a cada dia.

O tempo passou e com ele as fantasias da minha infância. As pequeninas criaturas azuis de varinha de condão nas mãos, que espalhavam de pirilim pim pim sobre meus sonhos, deram lugar a pessoas reais. As fadas de hoje são mulheres simples, comuns, algumas alquebradas pelo peso dos anos, mas que guardam no sorriso e no olhar a alegria e o encantamento de fazer o bem. não ostentam varinhas de condão, e sim agulhas de tricô que tecem com magia e delicadeza a malha que irá aquecer os pequeninos do frio. São seres de luz, mensageiras de paz, cuja missão é levar conforto e esperança com seu abraço aos que sofrem. Como as fadas de minha infância, são silenciosas capazes de andar pelos jardins sem macular o perfume das flores. Invisíveis às lentes da vaidade, perceptíveis somente pelo rastro de luz que deixam na vida daqueles que cruzam seus caminhos.


 Se você ainda não encontrou uma fada assim, preste atenção nos caminhos por onde andar. Aguce seu olhar e verá entre as árvores, azaleias, roseiras e jasmins, uma senhora de cabelos brancos, sentada em um recanto saído da história da Branca de Neve, a tecer sapatinhos de tricô...
Jandira Weber
Imagens: Google
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