sexta-feira, 6 de maio de 2011

Simplesmente crer

 

 

Final de verão, o calor dos últimos dias não dava tréguas. Os dias e as noites se seguiam languidamente, deixando a todos extenuados pelas noites mal dormidas.


Meu netinho de 2 anos, que estava em visita á minha casa, se revirava de um lado para o outro na cama sem conseguir dormir. Então, tomei-o em meus braços e saímos a andar pelo jardim. O ar estava impregnado pelo perfume do Jasmim Gardênia, e, de quando em quando uma brisa morna e suave brincava com os ramos das árvores. Tudo transmitia beleza e paz, sob o manto alvo da luz do luar.


Eu seguia com o pequenino em meus braços, nomeando cada árvore, cada flor, até que, apontando para o céu lhe disse: Olhe só meu amor! Olhe como é bela a lua! Ele olhou firmemente para a lua majestosa a brilhar absoluta no infinito e diz: “Qué i lá”. Então feche os olhinhos que eu te levarei até a lua. Por alguns instantes ele permaneceu de olhinhos fechados, ao final dos quais os abriu e olhando para mim disse: Cheguei!


Ficamos assim, por mais algum tempo envoltos nesta atmosfera mágica, até que ele adormeceu.


Estamos no outono, que trouxe consigo temperaturas mais amenas. Dos dias e das noites escaldantes do verão guardo tão somente a expressão de confiança e fé resplandecidas pela luz da lua, no rostinho angelical de meu neto.


Que bela lição este pequeno menino pode nos ensinar. Confiante acreditou que bastava querer ir à lua, que chegaria lá.


Fico a pensar o quanto temos que aprender com as crianças. Elas são claras, diretas e simples, não racionalizam e nem escondem seus sentimentos, por medo de serem mal interpretadas ou ridicularizadas como o fazemos nós adultos, elas simplesmente crêem.


Penso nas crianças violentadas, torturadas, espancadas. Penso naquelas que em tenra idade perderam suas vidas inocentes vitimadas por atos insanos de adultos que perderam a capacidade de sonhar, de confiar, de amar. Busco compreensão teórica para tanta barbárie, porém meu coração não consegue se concatenar com as explicações lógicas científicas do meu intelecto. A única explicação plausível para tanta selvageria que me ocorre, está na falta de amor e de respeito para com as crianças. Esta na falta de capacidade de se colocar no lugar do outro, e não fazer a seu semelhante o que não quer para si mesmo.


Nestes dias que antecedem o domingo de Páscoa, data em que o mundo cristão comemora a ressurreição de Jesus Cristo, aproveitemos para relembrar do grande ensinamento do Mestre Jesus que disse – Se quiseres entrar no Reino dos Céus, é preciso que te tornes como criança. Jesus afirmava que o reino dos céus é um estado de harmonia e paz e que está dentro de cada um de nós, basta termos fé e confiar firmemente na Sua palavra.


Confiar como a criança que se joga de cima de uma cadeira para os braços de seu pai e/ou de sua mãe, pois crê firmemente que eles não a deixarão cair.



Jandira Teresinha Weber


Imagem: Google
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