quinta-feira, 24 de maio de 2012

Chuva na Vidraça



Olho para a rua.
Vejo tudo calmo. De repente,
Uma nuvem no céu e tudo se transforma.
A vida de mãos dadas com a amplidão
Agiganta-se diante da natureza bela.
O sol se apaga, o céu fica escuro
E vejo, então, chuva na vidraça.

Contemplo a vida.
Vejo a imensidão das coisas.
A natureza é bela, grande é o meu fracasso.
A solidão eterna embriaga o coração
E faz a dor desaparecer.
Fujo de tudo, fujo da própria vida,
Mas vejo sempre cintilante
A chuva na vidraça.

Sentindo que errei por toda a vida,
Encerro-me em meu quarto e penso.
Muitas pessoas passam pela rua,
E eu, desconcertado, olho ao longe...
Não vejo nada, a mente imagina.
Sinto apagados de mim todos os sonhos.
Evoco o passado, recordo feliz.
Choro, rio e tudo passa
E vejo novamente
A chuva na vidraça

O caminho da vida é turvo.
Mulheres choram nos cabarés.
Homens dissolutos buscam alegrias.
O destino de todos, águia negra,
Tolda a felicidade e a .
Crianças clamam por carinho,
E nós, sofredores calados,
Vemos na plácida miséria
Quanto somos inúteis nesta vida...
E vendo tudo isso, sentindo a nostalgia,
Medito e penso calmamente,
Mas vejo tão somente
Chuva na vidraça.

Erony Flores

Imagem: Google

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