Silêncio...
O pequenino ser se empertiga
preguiçosamente no ventre de sua mãe.
Tudo é paz...
De repente, sente como se
estivesse sendo arrastado pela correnteza de um rio caudaloso, culminando numa
explosão de luz e som. Seus olhos ardem, falta-lhe o ar...
Jogado no mundo, o pequeno
grita e se debate, clamando pela paz que perdeu.
Nos primeiros anos de sua
existência, quando pesadelos lhe assombravam as noites, ou joelhos ralados lhe
corroíam a alma de dor, buscava no aconchego dos braços maternos a cura para seus males, a volta ao estágio de Nirvana...a
paz!
Doces beijos, roubados
furtivamente na quermesse da igreja.
Sonhos, devaneios... Juras
de amor eternizadas em alcovas de cetim, em lábios ardentes de carmim. Corpos
entrelaçados em longos abraços, desejando que a paz sentida no êxtase do amor
se eternize. Momentos efêmeros, de vida passageira, como o frescor das rosas
que o tempo se encarrega de fazer murchar, definhar.
Varais de brancas e
imaculadas fraldas, a abanarem ao sabor do vento sob o azul celestial... Paz!
Sonhos que se diluem como
fragrância de perfumes...
Vitrines, saltos altos, neons,
asfaltos. Corações despedaçados, aros
dourados jogados ao léu, para nunca mais. Gritos que se invadem, mergulho da
ponte... Na busca da paz!
Grande cogumelo que se ergue
e se derrama na forma de rosa – Rosa Mortífera desabrochada em nome da paz...
Silêncio...
Abismo...
Caos...
Vislumbre de luz no
horizonte da branca ave mensageira,
que traz em seu bico o ramo da vida, esperança e paz.
Jandira Weber
Imagem: imagesdaily.blogspot.com
Obrigada Mardilê por postares minha produção literária.
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