terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Em busca da paz


Silêncio...

O pequenino ser se empertiga preguiçosamente no ventre de sua mãe.

Tudo é paz...

De repente, sente como se estivesse sendo arrastado pela correnteza de um rio caudaloso, culminando numa explosão de luz e som. Seus olhos ardem, falta-lhe o ar...
Jogado no mundo, o pequeno grita e se debate, clamando pela paz que perdeu.

Nos primeiros anos de sua existência, quando pesadelos lhe assombravam as noites, ou joelhos ralados lhe corroíam a alma de dor, buscava no aconchego dos braços maternos a cura para  seus males, a volta ao estágio de Nirvana...a paz!

Doces beijos, roubados furtivamente na quermesse da igreja.

Sonhos, devaneios... Juras de amor eternizadas em alcovas de cetim, em lábios ardentes de carmim. Corpos entrelaçados em longos abraços, desejando que a paz sentida no êxtase do amor se eternize. Momentos efêmeros, de vida passageira, como o frescor das rosas que o tempo se encarrega de fazer murchar, definhar.

Varais de brancas e imaculadas fraldas, a abanarem ao sabor do vento sob o azul celestial... Paz!

Sonhos que se diluem como fragrância de perfumes...

Vitrines, saltos altos, neons, asfaltos.  Corações despedaçados, aros dourados jogados ao léu, para nunca mais. Gritos que se invadem, mergulho da ponte... Na busca da paz!

Grande cogumelo que se ergue e se derrama na forma de rosa – Rosa Mortífera desabrochada em nome da paz...

Silêncio...

Abismo...

Caos...

Vislumbre de luz no horizonte da branca ave mensageira, que traz em seu bico o ramo da vida, esperança e paz.

Jandira Weber
Imagem: imagesdaily.blogspot.com


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