domingo, 24 de julho de 2016

A liberdade de abraçar a Fé.



Hoje em dia é muito comum ouvirmos das pessoas, que “somos o produto de nossas escolhas”. É uma frase um pouco genérica, mas tem conteúdo. Apesar de que, a mais importante escolha da minha vida, tenha sido influenciada pelos meus pais, pois nasci católico por opção deles e na juventude, quando mantive a prática dos seus fundamentos, foi para não contrariar a tradição da família.

Lembro dos domingo pela manhã, o pai empertigado, vestindo um terninho surrado, a mãe com a cabeça coberta pelo véu branco e rendado e nós, seguindo logo atrás, até a igreja, onde ocupávamos a metade de um banco, isto quando não iam todos os filhos. Portanto, cresci católico e não protestante, por exemplo.

Ouvia dizer que os protestantes seguiam a doutrina de um cara que fora excomungado lá pela Idade Média. Mas sobre isto, eu pouco entendia. Certa vez, até interpelei a minha mãe sobre o assunto, mas ela não soube me explicar e apenas me disse: É eles lá e nós cá. 

E assim foi, até eu me apaixonar e por uma luterana. A reação em casa não foi das melhores. E, para os lados dela, tampouco. Tentei uma pausa para pensar, mas pensar o quê? 

Alguém aí pode me dizer se já viu ou ouviu dizer que um ser vivente desafiou os desejos do seu coração e venceu este músculo teimoso. Ele tem aliados poderosos que tudo veem e não escondem nada em seus relatos. 

Assim, decidimos em conjunto, tocar a vida em frente, aparando as arestas. Nem tanto pra lá, nem tanto pra cá, pois dizem que no meio está a virtude. 

E já se passaram quarenta anos. E não poderia ser diferente. O coração simboliza o amor e amor, provém de Deus. O amor é o sentimento que segura uma família, não só os parentes, mas todos aqueles que amamos e entre os amados, temos católicos e luteranos.

E isso foi fruto de nossas escolhas. Nossa união, teve respaldo na escolha do iluminado Martim Lutero, que não estava errado em suas reivindicações, mas foi vítima da incompreensão. Sua Reforma criou um caminho alternativo para quem quisesse seguir a Cristo com convicção e não apenas por obediência cega a uma certa hierarquia. 

Quando fiéis luteranos se preparam para comemorar os quinhentos anos da Reforma, percebemos o quanto ela foi importante para sedimentação do cristianismo e que jamais deveria ter sido usada para separar irmãos, amigos ou parentes. 

Que a força dos Quinhentos Anos, elimine qualquer resistência às pessoas de escolherem viver, segundo seus princípios religiosos.

Anildo Martins da Silva
E-mail:anildoms@yahoo.com.br

Imagem: rainhadetodosospovos.blogspot.com

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