quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Bombom Solitário


Estavam faltando pão, algumas frutas e outras coisinhas. Era uma tarde ensolarada daquelas em que dá vontade de bater pernas e sentir o vento acariciando o rosto. O outono estava se despedindo, folhas de cores vibrantes e outras nem tanto davam aquele colorido característico desta época do ano. Véspera de Dia dos Namorados! Sofia resolveu dar um pulo no mercado, aquele que ela gostava. Tinha tudo. Pra quê caminhar mais? Estava tudo a mão, e, quem sabe, naquele dia poderia “pintar” um namorado. Há algum tempo estava à procura de um homem que preenchesse os requisitos por ela apontados como idéias. Necessariamente não precisava ser nenhum príncipe montado em seu cavalo branco nem tampouco um marajá coberto de ouro. Simplesmente um homem educado, agradável, romântico, correto, que gostasse de natureza, de dança, enfim para viver as coisas que a vida oferece. Fez suas compras, pagou no caixa e procurou um banco para sentar e arrumar a bol­as. O único banco disponível estava ocupado por um senhor. Pediu licença e sentou. Eis que o dito cavalheiro puxou conversa e lá pelas tantas a convidou para tomar um café. Por que não? Conversa vai conversa vem, ouviu entre muitos elogios e declarações, aquilo que ela buscava. Um namorado! Parecia tudo perfeito. Cada um ganhou um bombom e como ele não apreciava chocolate preto (só o branco) deu a ela o seu. Levou-a para casa, trocaram telefones, tudo perfeito. No outro dia, “Dias dos Namorados”, nada! Nenhum telefonema. À noite, Sofia em seu apartamento, saboreou o bombom solitário.


Pensamentos

O sol
 Aquece vales e montanhas
Seu amor
Aquece meu coração

 No minuano cavalgo pelos céus do Rio Grande.


Verena Backes
 Escritora poeta e ativista cultural.

Imagem: Google

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